sábado, 11 de agosto de 2012

Mudar ou retomar hábitos da infância?

Aviso a quem leu este texto antes das 18:30 do dia 11 de agosto: MUDEI O TEXTO TODO!!!


Foto do Google Imagens
"O que seu coração esqueceu suas mãos a farão lembrar." Cornelia Aihara

Achei essa frase linda e profunda. Na véspera do dia dos pais remeteu-me aos valores com os quais fui criada. Referências de infância respondem muito bem a questões relativas às escolhas da vida. Tenho uma grande sorte de ter tido referências maravilhosas na infância. Não só na alimentação, como em exemplos gerais de ética, conduta moral, valores... Vou aproveitar a ocasião e fazer um agradecimento público ao meu pai já que amanhã é o dia dele e não estarei por perto... Papi, minhas palavras são o reflexo da educação que recebi em casa, sou e serei eternamente grata por todo cuidado, amor, carinho e dedicação que dedicou à nossa família. Te amo!!!

Trazendo a ideia para a alimentação: muitas vezes mudamos nossos hábitos a ponto de até acharmos que esquecemos nossos primeiros padrões alimentares. Sinto isso quando viajo e mudo um pouco meus hábitos, ou então quando pequenas mudanças cotidianas são retomadas em casa ou nos seminários de macrobiótica da vida. Se passar muito tempo sem comer arroz integral, por exemplo, posso até estar super envolvida no discernimento sensorial, desfrutando novos sabores, mas, basta colocar um pouco de arroz cateto integral na boca que retomo toda uma história de vida... Mingau (nos moldes macrô, sem leite e sem açúcar) então, tem a cara de minha infância.

A macrobiótica vai além da dieta neste aspecto, por se tratar de uma filosofia de vida. Colocar um comprimido na boca será sempre um ato estranho que me trará profundos questionamentos de causa e efeito... Para muita gente, infelizmente, é tão natural quanto beber água. Quando fico doente, normalmente descubro logo a razão: algum excesso cometido! Basta fazer uma autorreflexão bastante honesta que chego a uma resposta. São nestas horas que o corpo lembra o que o coração pareceu esquecer...

Nos tempos que mergulhei nas trevas do açúcar, tomava refrigerante e comia biscoitos, sobremesas e produtos açucarados sempre que alguém me oferecia, sem pensar duas vezes. Precisei engordar 10kgs para ter uma lembrança do corpo para o coração. Com a macrobiótica sempre comi muito e nunca engordei (uma dádiva para uma pessoa gulosa e com um baita apetite). De um dia para o outro, caiu um ficha de que tinha caído num hábito popular sem nem me dar conta e foram as lembranças de infância que fizeram aquilo perder totalmente o sentido para mim. Neste momento, retomar a macrobiótica com toda a força foi um instinto natural. Aliás, até hoje não consigo entender o que faz alguém (até eu mesma no passado) optar por refrigerante na hora da sede. Como já caí na armadilha do vício do açúcar, não julgo. Sinto-me mais útil oferecendo uma ajuda ou orientação do que julgando os hábitos alimentares dos outros. Na maioria das vezes, entretanto, prefiro não me meter (só quando sou solicitada), afinal, se conselho fosse bom, ninguém daria de graça.

Não queria sentir o que sinto em relação ao arroz com um copo de Nescau, por exemplo. Mas sei que essa é a realidade de muita gente e mexer na socialização primária de um indivíduo não é nada fácil. Para mudar uma referência de infância, é preciso que haja primeiro consciência e principalmente uma vontade sincera. A parte mais legal é que o nosso corpo percebe rapidamente o que é bom para ele e lhe faz bem. A recíproca é totalmente verdadeira. Assim, ao afinarmos a sensibilidade e a intimidade com o próprio corpo fica cada vez mais fácil assimilar e incorporar bons hábitos...  

Comer algo simplesmente saboroso (sabendo que é uma porcaria pro organismo) pode refrescar os sentidos momentaneamente, porém irá pesar na consciência e na saúde, quando em doses danosas/exageradas. Vivo incorporando novos hábitos saudáveis à minha rotina e com o tempo eles começam a parecer que sempre fizeram parte de minha vida. Acho que o que muda é a forma como lidamos com essas mudanças: se são realizadas de forma consciente e com gratidão pela própria existência.  

2 comentários:

  1. Amei o texto, concordo com cada palavra e com todo o sentido! É isso aí, xará! Na veia! Bjoss

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    1. É isso mesmo Xará!! Você, como mãe e comprovadora da transformação pelo alimento tem uma grande responsa pela frente, hein??? Conte comigo!!

      Beijos

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