sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dr. Hiromi Shinya

Aproveitando o gancho do comentário do último post acerca da ideia de que o homem e o meio que lhe cerca são uma coisa só, decidi compartilhar essa citação do Dr. Hiromi Shinya, médico japonês, que trabalha nos EUA desde 1963, com foco principalmente na saúde intestinal. Ao colocar no Google e no Youtube, pode-se ver imagens e vídeos incríveis do trabalho que realiza, regenerando intestinos a partir de tratamentos naturais, baseados numa dieta e estilo de vida saudáveis. 


“Enquanto continuarmos a falar e a pensar sobre saúde em termos de enfrentar e dominar a natureza, estaremos lutando contra a nossa própria carne e ‘violando o ninho’ no qual vivemos. Mais cedo ou mais tarde, nós seremos os perdedores. Mais do que em qualquer outro aspecto isso fica claro em relação à nossa batalha contra agentes patogênicos. É tempo de nos reconciliarmos com os micróbios que vivem à nossa volta e dentro de nós.”
Dr. Hiromi Shinya


Abaixo a transcrição do Prólogo do seu livro: A Dieta do Futuro: que previne cardiopatias, cura o câncer e controla o diabetes tipo 2. 

"Quando a Segunda Guerra terminou, eu era adolescente e assisti à transformação que a tecnologia norte-americana promoveu em minha terra natal. Meu sonho era estudar medicina na América. Em 1963, conclui meu curso de medicina no Japão, mudei-me para os Estados Unidos com minha jovem esposa para iniciar meu curso de residência médica no Beth Israel Medical Center de Nova York.

Vindo de um país estrangeiro, ao chegar aos Estados Unidos compreendi que teria de trabalhar muito para ser um cirurgião respeitado naquele país. Quando criança eu estudara artes marciais e graças a esse treinamento aprendi a usar muito bem as duas mãos. A ambidestria me possibilitou realizar cirurgias com rara eficiência.

Durante o curso de residência fui assistente do dr. Leon Ginsburg, um dos descobridores (juntamente com o dr. Burrill Bernard Crohn e o dr. Gordon Oppenheimer) da doença de Crohn. Um dia o chefe dos residentes e o residente mais antigo que normalmente assistiam o dr. Ginsburg não puderam ajudar na sala de cirurgia, e a enfermeira do dr. Ginsburg, que já conhecia meu trabalho, recomendou-me. Sendo ambidestro, terminei a cirurgia rapidamente. Primeiro, o dr. Ginsburg ficou muito irritado porque não acreditou que eu pudesse ter terminado em tão pouco tempo e ter feito tudo certo. Mas, ao verificar que o paciente tinha se recuperado tão bem sem a hemorragia excessiva e sem o inchaço que costumam ocorrer depois de uma cirurgia longa, ele ficou impressionado. Comecei a trabalhar com ele regularmente.

Nem minha esposa, nem eu, nem nossa filhinha nos dávamos bem nos Estados Unidos. Minha esposa passava a maior parte do tempo doente. Fraca ela não conseguia amamentar, e nossa filha era alimentada com leite de vaca. Eu trabalhava o dia todo no hospital e quando chegava em casa ajudava minha esposa que estava novamente grávida. Eu trocava fraldas e dava mamadeiras à minha filha, mas ela chorava muito porque tinha uma urticária muito intensa. Ela coçava-se muito e estava num estado lastimável.


Aí, então, nasceu meu filho. Sua chegada foi uma alegria, mas logo surgiu uma hemorragia retal. Naquela época, eu tinha adquirido o primeiro colonoscópio e examinei meu filhinho. Encontrei uma inflamação no cólon e uma colite ulcerativa.

Fiquei arrasado. Ali estava eu, um médico que não conseguia curar sua jovem e bonita esposa, e nem aliviar o sofrimento de seus filhos. Eu não aprendera nada na faculdade de medicina que pudesse explicar a causa da doença deles. Consultei outros médicos, os melhores que eu conhecia, mas nenhum conseguia me ajudar. Ser um bom cirurgião ou dar remédios para os sintomas não era o suficiente. Eu queria saber o que causava a doença.

No Japão, eu nunca tinha visto o tipo de dermatite atrófica que minha filha tinha, por isso, comecei a investigar o que havia nos Estados Unidos que pudesse causar esses sintomas. No Japão nós não tínhamos muitos derivados do leite, portanto pensei que pudesse ser o leite de vaca que ela mamava. Quando retiramos o leite, ela melhorou rapidamente e eu percebi que ela era alérgica a leite de vaca. Ela não conseguia digeri-lo, e as partículas não digeridas, que eram pequenas o suficiente para passar do intestino para o sangue, eram atacadas pelo seu sistema imunológico como se fossem invasores. A mesma coisa acontecia com meu filho. Quando paramos de alimentá-lo com leite, a colite desapareceu.

A doença de minha esposa logo foi diagnosticada como lúpus. Os valores de seu hemograma caíam, e ela ficava pálida e anêmica. Ela entrava e saia do hospital enquanto lutávamos para salvar-lhe a vida. Morreu antes que eu soubesse o suficiente para ajudá-la.

Até hoje, eu ainda não sei o que causou o seu lúpus, mas sei que ela era geneticamente predisposta a reações exageradas do sistema imunológico. Ela foi interna de uma escola-convento ocidentalizada no Japão consumia muito leite. Não há dúvidas de que era alérgica a leite, pois mais tarde seus dois filhos também eram. Exposta continuamente a um alimento que gerava uma reação alérgica, seu sistema imunológico deve ter se esgotado, deixando-a suscetível à doença autoimune do lúpus.

Com essas experiências, comecei a compreender o quanto a alimentação é importante para nossa saúde. Isso foi há mais de cinqüenta anos e depois disso registrei a história alimentar e examinei o estômago e o cólon de mais de 300 mil pacientes. Passei minha vida tentando compreender o organismo humano, a saúde e a doença. Comecei pela doença – suas causas e tratamentos –, mas, assim que comecei a compreender melhor o trabalho do corpo como um todo, mudei minha maneira de tratar as doenças.

Vi que nós, médicos, e nossos pacientes devemos empregar mais tempo na compreensão da saúde do que na luta com a doença.

Nascemos com o direito à saúde; é natural ser saudável. Depois de começar a compreender a saúde, fui capaz de trabalhar com o corpo, ajudando-o a livrar-se sozinho da doença. Apenas o corpo tem a capacidade de curar-se. Como médico, crio um meio para que a cura aconteça.
   
Assim, comecei tentando compreender a doença, mas minha pesquisa acabou me levando para o que eu acreditava ser a chave da saúde. Essa chave é a enzima milagrosa do nosso próprio organismo,

O organismo humano tem mais de 5 mil enzimas que geram, talvez, 25 mil reações diferentes. Pode-se dizer que toda ação do organismo é controlada por enzimas, porém sabemos muito pouco sobre elas. Acredito que criamos essas enzimas a partir de uma enzima-fonte, que é mais ou menos finita em nosso corpo. Se essas enzimas-fonte se esgotarem, não haverá um número suficiente delas para reparar as células de maneira adequada, o que com o tempo possibilitará o desenvolvimento de câncer e outras doenças degenerativas.    Em suma, esse é o fator enzimático.

Quando ajudo meus pacientes com câncer de cólon a se curar, primeiramente removo o câncer e depois os coloco em uma dieta rígida de alimentos não tóxicos e ricos em enzimas e água, para que eles tenham mais enzimas-fonte para reparar as células do organismo. Não acredito no uso de medicamentos fortes que desafiam o sistema imunológico, pois acho que o câncer de cólon não acontece por acidente, de maneira isolada. O câncer de cólon é um alerta de que todo o suprimento de enzima-fonte está se esgotando e não consegue mais as células adequadamente.
   
Ao mesmo tempo em que acredito que nascemos com um suprimento limitado dessa enzima-fonte e que não devemos gastá-lo com má alimentação, toxinas, eliminação deficiente e estress, compreendi outra coisa. Essa outra coisa é o motivo pelo qual chamo essa enzima-fonte de enzima “milagrosa”. Tenho testemunhado várias curas espontâneas e remissões de todos os tipos de doença. Ao estudar essas curas, comecei a compreender como esses milagres acontecem.
   
Descobrimos o DNA, mas não sabemos realmente muita coisa sobre ele. Há um enorme potencial latente em nosso DNA que ainda não compreendemos. Minha pesquisa indica que explosões emocionais positivas, como as que surgem do amor, da risada, e da alegria, podem estimular nosso DNAQ a produzir uma enxurrada de enzimas-fonte – a enzima milagrosa que age como  biocatalizador da recuperação das células. Alegria e amor podem acordar um potencial muito além do conhecimento humano atual.
   
Neste livro, direi a você o que fazer no dia a dia, o que comer e que suplementos e enzimas tomar para ajudar suas enzimas milagrosas e sua saúde. Entretanto, a coisa mais importante que posso lhe dizer para viver uma vida longa e saudável é fazer o que o deixa feliz (mesmo que isso signifique não seguir, às vezes, minhas outras recomendações).
   
Ouça música. Faça amor. Divirta-se. Curta os pequenos prazeres. Viva a vida com paixão. Lembre-se de que uma vida feliz e cheia de significados é o caminho natural para a saúde. O entusiasmo, e não a perfeita adesão ao regime alimentar, é a chave da eficácia do fator enzimático para você."

Dr. Hiromi Shinya

Referência: pgs. 9 - 11, do livro, “A Dieta do Futuro” – Dr. Hiromi Shinya, São Paulo, Editora Cultrix, 2010

2 comentários:

  1. Muito bom saber que uma vida positiva trás além de saúde mental, trás a produção de enzimas para o corpo se manter saudável e funcionando em equilibrio e harmonia ... amei

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  2. Muito bom saber que uma vida positiva trás além de saúde mental, trás a produção de enzimas para o corpo se manter saudável e funcionando em equilibrio e harmonia ... amamos... trabalhamos com o equilibrio emocional Estetica&Mente

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