sábado, 6 de abril de 2013

Pirâmide Alimentar X Prato de Harvard

Na faculdade de nutrição no Brasil, trabalha-se em cima da pirâmide alimentar (descrita abaixo). Recentemente, entretanto, a Universidade de Harvard inovou o modelo alimentar instituindo o prato, como modelo ilustrativo (para maiores informações, clique aqui). Além de ser muito mais fácil de compreender (em minha opinião), este modelo sugere mudanças significativas no padrão alimentar para uma população saudável.

A universidade americana frisa alguns pontos que considero fundamentais, sendo eles:

  • A preferência por óleos vegetais, minimizando o consumo de manteiga.
  • Uma diminuição considerável no consumo de leite e derivados (para 1 ou 2 porções ao dia), sob a alegação de que estes produtos estão associados com o risco de certos tipos de câncer. A imagem e nome destas categorias de alimentos, sequer aparecem no prato, o que demonstra uma enorme mudança de paradigma na dieta. Harvard ressalta que as fontes vegetais de cálcio devem ser priorizadas, em detrimento do tão famoso leite.
  • A preferência por carnes brancas e fontes vegetais de proteína (leguminosas principalmente) em detrimento das carnes vermelhas. A alegação é de que as carnes vermelhas, mesmo em pequenas quantidades, quando consumidas regularmente, aumentam os riscos de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e câncer de intestino. 
  • Harvard frisa a importância de que os grãos e cereais sejam integrais, na pirâmide alimentar isso não é enfatizado.
  • Harvard frisa a importância de reduzir o consumo de doces ao mínimo enquanto a pirâmide alimentar sugere uma porção desse grupo alimentar igual ou superior à ingestão de leguminosas e óleos e gorduras. Que inversão!!! Lipídios de boa qualidade são essenciais a uma dieta saudável, seu consumo jamais poderia ser igualado ao consumo de açúcares, que como todo mundo sabe, não passam de calorias vazias! 
Ver uma publicação desse gênero para mim é uma grande vitória pessoal. Nunca comi carne vermelha e o leite e seus derivados sempre só existiram em minha vida em ocasiões festivas, jamais dentro de casa ou fazendo parte da rotina alimentar. Além disso, meu prato sempre foi parecido com esse prescrito por Harvard, rico em grãos integrais, vegetais e proteínas vegetais ou "do mar". Quando era pequena, meus hábitos causavam estranhamento à maioria das pessoas... As pessoas viviam rogando praga em cima dos meus pais, dizendo que eu e a minha irmã íamos ser crianças fracas e anêmicas. Só preciso dizer que nunca tive anemia e a única vez que machuquei um osso, foi uma leve fratura no dedão do pé (que foi atropelado por uma bicicleta), já em idade adulta. 

Passei pelo processo de preconceito à admiração e isso é uma vitória. Vocês não sabem como é gratificante ver as pessoas tornando-se mais conscientes de suas dietas, buscando opções mais saudáveis e principalmente dispostas a mudar padrões antigos. Servir de exemplo para estas pessoas é mais que um trabalho para mim, é uma honra! Claro que ajuda muito quando temos uma instituição de peso, como a Harvard, assinando embaixo daquilo que dissemos. O que antes era visto como uma filosofia alimentar excêntrica ou até um "tipo de religião", hoje é respaldado de inúmeros argumentos científicos. Viva!!!


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2 comentários:

  1. Sempre achei essa pirâmide um absurdo. Provavelmente é um daqueles estudos comprados pelas empresas alimentícias haha
    Viva a Havard com essa correção e tapa na cara de muita gente!

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