Imagem retirada do Google Imagens
Há um mês atrás escrevi um post dedicado ao uso de suplementos... Nele eu questionava real eficácia e importância deste procedimento que virou MODA!!!
Agora acabo de ler esta matéria, publicada na Folha de São Paulo, descrevendo estudos que demonstram que o uso de vitaminas e suplementos (com exceção dos casos onde há deficiência) é desperdício de dinheiro, podendo até trazer riscos como no caso do betacaroteno e da vitamina E. Difícil é definir quando há real deficiência e exatamente do que, já que os métodos laboratoriais utilizam parâmetros universais, tão questionáveis quanto os estudos que ora dizem que suplementar é bom, ora dizem que não é. Até que ponto estas pesquisas que defendem a suplementação não são feitas ad hoc? Certamente não faltam laboratórios interessados em fornecer patrocínio para elas...
Enfim, prefiro a ideia de estimular nosso corpo a compensar eventuais faltas, através de transmutações bioquímicas, pois não consigo acreditar que vivemos e evoluímos tantos mil anos sem suplementos e agora eles sejam tão fundamentais... Tudo bem, o estresse aumentou, os alimentos se tornaram cada vez menos ricos nutricionalmente... Mas, e quem procura fazer uma alimentação rica em alimentos integrais e orgânicos (pobre em processados), será que o corpo não dá conta do recado? E o poder de evolução e adaptação do corpo humano, onde fica? Como estabelecer um padrão, considerando um mundo tão vasto, com pessoas vivendo em condições climáticas tão diferentes (e consequentemente acesso a dietas completamente distintas)? Qual a sua opinião sobre isso? Tem alguma experiência pessoal para compartilhar? Esse tema gera um longo debate, vou ficando por aqui...
Como estou com acesso limitado à internet, não tenho como pesquisar à fundo as fontes desta matéria, mas aqui está o link publicado na Annals of Internal Medicine referido no texto. Lá tem um link onde é possível baixar o PDF em inglês.
Enfim, achei interessante compartilhar por aqui. Abaixo transcrição da matéria, em português, publicada na Folha de São Paulo e em seguida a cópia do PDF do artigo da Annals od Internal Medicine, na forma de imagem.
Enfim, achei interessante compartilhar por aqui. Abaixo transcrição da matéria, em português, publicada na Folha de São Paulo e em seguida a cópia do PDF do artigo da Annals od Internal Medicine, na forma de imagem.
Vitaminas na berlinda
HÉLIO SCHWARTSMAN
"SÃO PAULO - Com uma veemência difícil de encontrar em periódicos científicos, o editorial da última edição de "Annals of Internal Medicine" não só pede que as pessoas parem de utilizar suplementos de vitaminas como sugere que não se dediquem muito mais recursos a novas pesquisas nessa área. Para os editores da publicação, exceto para subgrupos específicos, o caso das vitaminas já está encerrado.
O editorial, intitulado "Enough is enough" (já basta), acompanha a publicação de três estudos que mostram que o uso de suplementos é, na melhor hipótese, um desperdício de dinheiro. O primeiro trabalho, envolvendo 400 mil participantes, indica que multivitamínicos não previnem doenças cardiovasculares, câncer nem reduzem a mortalidade geral. O segundo acompanhou por 12 anos quase 6.000 idosos e concluiu que suplementos não melhoram a performance cognitiva. O terceiro revelou que vitaminas não previnem eventos cardiovasculares em pacientes que já haviam sofrido infarto.
Os editores de "Annals" lembram que existem trabalhos mostrando que alguns micronutrientes, notadamente betacaroteno e vitamina E, na verdade aumentam a mortalidade.
Para eles, já passa da hora de os médicos transformarem essa ampla coleção de evidências em ações, aconselhando as pessoas a parar de tomar suplementos, a menos, é claro, que sofram de alguma deficiência nutricional que exija reposição.
Não obstante, o consumo de vitaminas vem crescendo em todo o mundo. Na verdade, esse se tornou um filão especialmente atrativo para laboratórios e para algumas pseudoespecialidades como a medicina ortomolecular e a antienvelhecimento. No mundo de hoje, não dá mais para fazer medicina com base em filosofias. É preciso curvar-se às evidências e, no caso das vitaminas, elas já deram o seu veredicto.
Agradeço a Esper Kallás, que me chamou a atenção para os trabalhos."
Imagens feitas a partir de PDF baixado em link, disponível neste site: http://annals.org/article.aspx?articleid=1789253
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