Passei o primeiro mês do último trimestre em BH. Dezesseis quilos mais pesada, trabalhando de pé, durante seis horas por dia, dirigindo muito e com um barrigão que dava a impressão de que estava às vésperas de parir ou que estava gravida de gêmeos (pergunta frequente das pessoas em geral).
Para completar, a essa altura, a cidade já estava um calor infernal. O verão em BH é muito pior do que o de Salvador. A cidade, sem a brisa do mar e cheia de cimento, parece uma estufa! Sem contar que a temperatura chega a 38 graus em novembro e dezembro, coisa que não acontece nem no pico de verão soteropolitano.
Como faz frio a maior parte do ano, os lugares não costumam ter ar condicionado (em Salvador, qualquer biboca é refrigerada) então o calor incomoda muito mais. O hospital que trabalhava, por exemplo, não tinha ar condicionado nos corredores e na maioria dos leitos, apenas nas suítes mais chiques... Trabalhar de calça comprida, sapato fechado e jaleco, grávida, num ambiente desses tornava a rotina ainda mais pesada!
Na vinda para Salvador, no dia 20 de dezembro, no aeroporto e avião, fui parada quatro vezes para mostrar minha autorização para voar. Minha barriga parecia bem maior do que uma barriga de 7 meses (limite para viajar de avião).
Ainda no primeiro mês do último trimestre (novembro) engordei mais dois quilos e cheguei em Salvador 18kgs acima do meu peso pré-gestacional. E segundo todo mundo, o pior estava por vir, já que é nos últimos meses que ocorre o maior ganho de peso da gravidez.
Bem, nenhuma dessas regras se confirmaram comigo. O trimestre mais gordo da minha gestação foi o primeiro, seguido do segundo, sendo o mais magro justamente o último, quando engordei apenas 2kgs. Nos últimos dois meses não engordei nada! Como?
Chegando em Salvador, foquei em comer praticamente só a comida (bem macrobiótica) da casa dos meus pais. Era tudo que precisava, estava cansada da rotina de comer na rua. Além disso fiz drenagem linfática duas vezes na semana, o que garantiu que não retivesse líquido e não inchasse.
Além disso, como durante sete meses estive mais do que sobrecarregada com estágio, TCC, dirigindo longos percursos e sendo dona de casa, deixei tudo para resolver de enxoval e material para o parto quando chegasse a Salvador. Assim, nesses últimos dois meses de "férias" na Bahia, amanhecia com um checklist de tarefas, que, de quebra ainda incluíam atividades de arquiteta, ajudando meus pais a arrumarem o apartamento novo para o qual se mudaram pouco antes de minha chegada.
Nas horas vagas, como de costume, aproveitava para matar as saudades de amigos e parentes e visitava meu sobrinho lindo que nasceu 26 de dezembro. Do começo ao fim, foi uma gestação mais que ativa. Não existiram as palavras: preguiça e sono durante o dia neste período, somente atividade, muita atividade! Assim, apesar de 18kgs mais pesada, desconheci duas palavras frequentes entre gestantes: enjoos e dores na coluna. Ainda bem! Isso me ajudou demais a ter um parto ativo e natural...!
Mais nos próximos posts!
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