Os dias do colostro foram bem tranquilos, como falei no post que chamei de Puerpério, nos 3 primeiros dias meu filho dormiu, dormiu e dormiu...!
O dia da apojadura (quando começa a descer o leite), por sua vez, foi meu primeiro "drama" do puerpério. Ocorreu entre o 3 e o 4 dia de vida do meu filho. Minha sorte foi que minha irmã tinha passado por isso dois meses antes, então ela me socorreu imediatamente, evitando maiores estragos, como a famosa mastite, que impede tantas mulheres de amamentar.
Sim, o leite empedrou todo e as mamas ficaram bastante doloridas. Tive também um pouco de febre (38 graus Celsius). Meu filho, ainda um "aprendiz de mamador", não sabia sugar direito, passou o dia tentando mamar sem conseguir.
Eu já estava colocando compressa de água quente quando minha irmã chegou para me socorrer e me disse que isso ia aumentar o fluxo de leite e empedrar ainda mais! Me explicou que o problema nessa fase é a dificuldade na passagem do leite pelos dutos mamários, ainda "virgens".
Então ela me ensinou a massagear os nódulos, desfazendo-os e seguindo com o movimento no sentido das auréolas, apertando-as para o leite sair. Me ensinou a massagear com um pente e também com uma garrafa de água cheia de água morna.
Enfim, foi um dia inteiro fazendo isso e deixando o bebê sugar o maximo possível para estimular as mamas. Não levantei nem para comer: comi sentada na cama, meus pais me deram comida na boca!! Altas horas da noite, para o meu desespero, ele berrava de fome! Eu estava esgotada e meus seios ainda empedrados...
Quase chorando (pois sempre fui convicta da amamentação exclusiva), depois de muitas horas de choro e percebendo que meu filho tinha feito todo o esforço possível para sugar seu alimento do meu peito, ofereci 30ml de NAN, os quais ele sugou vorazmente. Ofereci mais 30ml e então ele finalmente se acalmou e adormeceu.
Fiquei arrasada, pensando: "Se no quarto dia de vida do meu filho já tive que dar leite industrializado, amamentar 6 meses será muito difícil". Acho que pelo fato dele ter nascido com 4.210kg tinha uma demanda de leite bem grande para um bebê de apenas 4 dias, pois minha irmã passou pelo mesmo problema e solucionou com apenas 30ml de NAN, metade do que o meu "mamador" precisou para saciar a sua fome.
Mas como sempre digo, nada como um dia após o outro. Ele estava exausto de tanto tentar mamar o dia todo e dormiu muita aquela noite, acordei mais descansada e com bem menos nódulos. Neste dia Guilherme passou literalmente 10 horas "plugado" em meus seios, mas ao fim do dia as mamas já não estavam empedradas e ele conseguiu todo o alimento que precisava!
Nem preciso dizer que estava no pânico dos meus mamilos racharem com um bebê "plugado" tanto tempo, né? Talvez por ter tido esse início de amamentação meio dramático e pelas histórias de minha irmã, mãe e outras tantas mulheres que tiveram problemas de feridas nos mamilos, fiquei tão obsessiva com a rotina de tomar sol e passar lanolina. Há males que vem pro bem! Hoje considero minha trajetória da amamentação beeeeeem light!
Nenhum comentário:
Postar um comentário