terça-feira, 2 de junho de 2015

Em defesa da Bela Gil

Com a nova vida de mãe ando um pouco atrasada com as notícias e só hoje li sobre a polêmica em torno da merenda da Flor, filha da Bela Gil.

Neste link tem a resposta dela e a explicação sobre o caso, para quem está por fora do assunto, como eu estava até poucas horas atrás. http://m.huffpost.com/br/entry/7456410

Sinceramente sou fã do trabalho que ela está prestando a este país! Demorou para aparecer alguém na mídia, com o nome forte, cheia de personalidade e coragem para assumir uma postura sobre alimentação que foge do convencional. 

Assim como ela, acredito que através da educação alimentar é possível alcançar mudanças drásticas de saúde, através de uma atitude preventiva. 

Minha opinião não se baseia em mera teoria. Fui uma "Flor Gil" há 25 anos atrás... Minha mãe nunca comprou um biscoito recheado em casa, aliás, nem biscoito Maria ou Maizena faziam parte das compras lá de casa... Achocolatados? Jamais!

Nunca sofri bullying por isso, pelo contrário, meus colegas tinham grande curiosidade em provar minhas comidas e sempre levava uma porção extra pra ter suficiente para mim e para os degustadores infantis de plantão. Meus lanches eram pipoca de arroz, fruta, granola, biscoitos integrais, etc... Além disso, sempre almocei na escola e levava minha marmita com algas, feijão azuki, arroz integral, todo tipo de hortaliça e da mesma maneira, nada disso me impediu de ser uma criança super sociável e feliz!

Claro que em algum momento da vida, provei tudo: biscoito recheado, salgadinho, sorvete, bombom, fast food, inclusive com a anuência dos meus pais. Entretanto, ter provado é completamente diferente de ter tido esses alimentos como referências de lanches e comidas em minha infância.

Se hoje tenho água na boca só de pensar em uma pinha, um sapoti, uma sopa de abóbora, uma salada de agrião e outras delícias que vêm direto da natureza, é porque tive meu paladar muito bem educado desde cedo.

Passo batido por lanchonetes de fast foods, docerias e pela sessão de guloseimas no mercado. Essas coisas simplesmente não me atraem e tenho convicção que a razão disso é o fato desse tipo de comida não ter sido referência durante a minha infância.

Espero que toda essa polêmica faça muitas pessoas refletirem sobre a forma como alimentam seus filhos. Isso começa desde a vida intrauterina onde o bebê está em formação e já existem estudos que demonstram que o paladar da criança sofrerá influência daquilo que a mãe ingeriu durante a gestação. Por exemplo, pesquisadores dizem que o gosto pelo açúcar tem relação com a quantidade de doces ingeridos pela mãe na gravidez...

Amamentando, tudo isso fica bem claro. O bebê reage diretamente àquilo que a mãe come, pois vai tudo diretamente para o leite. Então, continuando o período gestacional a mãe precisa estar super atenta ao que come, para produzir um leite de fácil digestão, evitando as famosas cólicas e determinadas intolerâncias e processos alérgicos que começam desde esta fase...

Alimentar é definitivamente uma parcela crucial do processo educacional infantil. É preciso acabar com esse tabu de que existe "felicidade" por trás de uma lata de refrigerante, um pacote de salgadinho ou biscoito recheado. Criança feliz é criança saudável!!! Esses mitos são criações da mídia e convencer uma criança do contrário é uma missão árdua que deve ser enaltecida, jamais criticada! 

A obesidade infantil é hoje um dos maiores problemas da saúde pública, juntamente com problemas que estão surgindo cada vez mais precocemente como diabetes e cardiopatias... Tudo isso é o reflexo da péssima alimentação que os pais vêm oferecendo aos seus filhos... Deviam pegar o exemplo da Bela ao invés de criticar... A saúde dos seus filhos agradece!

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