sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O que lhe motiva a viajar?

Acabei de ler esse texto, em um blog que adoro, especialmente os textos com TAG de "devaneios". Nada contra os roteiros de viagens, mas estes costumo consultar mais quando estou planejando alguma viagem...

Falando em viagem, neste texto, a autora do blog, a sensível e delicada Adriana Lacerda, mais conhecida por Teté descreve o que lhe motiva a viajar.

Me fez refletir sobre este tema. Minha trajetória pelo mundo viajante é relativamente recente e com isso tem passado por diversas fases: interessantes de observar.

Não aprendi a viajar com meus pais. Pelo contrário, se dependesse deles acho que não teria conhecido mais do que algumas praias do litoral Baiano e a Disney, que levaram a mim e a minha irmã na infância, praticamente para se livrarem da gente pedindo isso ano após ano. Não os critico, eles não poderiam passar um gosto que não possuem. Viajar para eles é tão complexo que perde o prazer...

Na infância minhas viagens se resumiram a veraneios deliciosos nas maravilhosas praias do litoral norte e Baía de Todos os Santos. Nunca fiz um acampamento, viagem de excursão... Acho que eles eram apavorados com as minhas alergias e crises de asma e morriam de medo de eu ter alguma coisa longe deles. Então, o máximo que fazia era ir às casas de praia de amigas: programação de férias e feriados que amava e guardo as melhores recordações.

Tirando a minha viagem para a Disney aos 10 anos, a próxima vez que viajei de avião, foi numa viagem inesquecível com meus pais para o Rio e Sampa. Nesta viagem visitamos amigos; conheci José Mindlin, sua esposa Gita e seus livros; fiquei embasbacada com a beleza natural do Rio e da Serra Carioca...

Pronto! Depois disso não parei mais! Coincidiu com a fase em que já estagiava (tinha um salário, pequeno, mas o suficiente para pagar parcelas de passagens aéreas - que não eram tão caras como em minha infância e nos dias atuais). Perdi as contas de quantas vezes estive em SP, Rio e Brasília e conheço 14 dos 26 estados brasileiros. O Brasil ficou pequeno, decidi desbravar o mundo: morei um ano na Espanha, quando fiz 19 viagens pela Europa; passei longas temporadas nos Estados Unidos, estive em países da América do Sul e Central.... Nunca pisei na Ásia e nem na Oceania...

Bem, tendo viajado bastante nos últimos 12 anos cheguei à seguinte conclusão. Viajar é bom, mas o que gosto mesmo é passar longos períodos no mesmo lugar. Gosto de sentir como se vive em um determinado lugar, absorver hábitos cotidianos e especialmente conhecer pessoas locais.

Hoje já não tenho muito saco para passeios turísticos, tirar fotos. Gosto de coisas específicas: não entro em qualquer museu... Aliás, gosto mesmo é de natureza. Cidade grande? Nova Iorque: um misto fantástico de cidade, onde é possível caminhar, comer bem, ver museus incríveis, super espetáculos na Broadway e relaxar no Central Park nos intervalos. Mas a grande maçã tem um quê especial: exatamente o que me faz gostar mais de determinados lugares do que outros. Tenho amigas morando lá e reencontrá-las neste ambiente é sensacional, inspirador!

É isso! Depois de muitos quilômetros percorridos descobri que é isso que gosto. Viajar para lugares para encontrar pessoas ou para passar um longo período que me permita conhecer pessoas em um nível que seja possível estabelecer vínculos. Ver arquitetura? Nenhuma me impressiona tanto quanto as obras do maior arquiteto que esse mundo já viu: Deus! A Torre Eifel não me tocou nem um décimo do que me toca a alma quando vejo uma cachoeira, uma ave maravilhosa... Ah! As ilhas Galápagos! Que paraíso!! Mas não precisa ir tão longe: a Chapada Diamantina é incrível, Morro de São Paulo é sensacional...

Sim, viajar é uma delicia. Quebrar a rotina, expor os olhos à coisas diferentes... Degustar temperos diferentes... Vestir roupas de frio ou passar o dia de biquíni... Não ter hora para dormir ou para acordar... Andar sem rumo, adentrando locais que chamem atenção... Observar pessoas, culturas, costumes... Mas nada se compara a conversar! Ficar num mesmo lugar por semanas, meses. Se sentir parte daquele lugar. Ter um cantinho seu. Não precisar fazer checo-in e check-out. Criar uma rotina em um lugar. Estar com pessoas de todas as partes do mundo com interesses em comum. Por isso amo minhas viagens para fazer cursos: elas me permitem um pouco de tudo isso.

Agora fazem parte de um passado, o qual não sei quando poderei retomar. A curtição agora é outra. Viajar como mãe: mostrar o mundo ao meu filho. Vibrar ao vê-lo empolgado por novas sensações e paisagens. Saber que quando ler uma historinha para ele que fale "era uma vez numa floresta encantada", que ele terá arquivo suficiente em sua memória para poder abstrair e ilustrar em sua mente este e outros cenários.

Viajar é maravilhoso! Como nós: os tipos de viagens mudam, os propósitos, os transportes... Mas no fim: a experiência do NOVO é sempre incrível!

Um comentário:

  1. saudade de conversar com você. amei. slow travel, tão bom! que fase gostosa essa de mostrar o mundo para seu filhote, amiga! sempre soube que você seria uma mãezona... beijo carinhoso e saudoso...Teté

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