segunda-feira, 16 de abril de 2018

Grávida: de novo!!!

Há tempos que penso em escrever sobre meu segundo parto, mas se escrever sobre o primeiro foi difícil, o segundo vem com uma carga maior de emoções. Acho que vou ter que começar escrevendo sobre a segunda gestação antes de falar sobre o segundo parto.

Diferente da primeira gestação, que foi super tranquila, sem enjoos, sem dores, sem nada... A segunda gestação foi PUNK!!

A gravidez foi uma surpresa. Fiquei sem menstruar por um ano (amamentando), me desliguei completamente de cuidados contraceptivos e assim, descobri que estava grávida quando meu primogênito tinha apenas um ano e dois meses. Nesta época morava numa cidade remota, no interior do Mato Grosso, chamada Nova Mutum. Longe da família, dos amigos e sem ninguém para me ajudar em casa. Minha rotina de mãe, esposa e dona de casa era INTENSA.

Nas primeiras 14 semanas, senti enjôo, muito enjôo. Foi a primeira mudança no meu estilo de maternar na época. Precisei deixar de ser aquela super mãe, que faz TUDO e precisei terceirizar a alimentação de meu filho. Não conseguia cozinhar... Dar a comida dele então, era certeza de vômito. Precisei arrumar alguém para me ajudar em casa, para garantir que eu comesse e meu filho não morresse de fome. Encontrei alguém para me ajudar a manter a casa em ordem, cozinhar para mim e alimentar meu filho, com muito amor e carinho: que sorte a minha! À noite, quando estava sozinha com meu filho, às vezes esperava meu marido, às vezes pedia ajuda à uma vizinha e às vezes dava a comida dele, intercalando vômitos.

Passada a fase dos enjôos, uma nova etapa: dores na coluna. Mais uma função terceirizada, não aguentava mais carregar meu filho no colo e a empregada teve que assumir mais esta função: colocar e tirar do berço, dar banho (na banheira alta) e carregar sempre que necessário.

Com 20 semanas de gestação, já livre dos enjoos, fiz uma viagem de férias com meu marido, filho (1 ano e 7 meses na época), sogro e sogra. Cheguei em Lisboa com uma noite mal dormida no avião e na sequência um colchão muito macio no hotel. No segundo dia de viagem minha coluna travou (fiz uns alongamentos achando que ia melhorar e no fim só piorei) e não conseguia dar um passo. Tinha duas opções: voltar pro Brasil ou prosseguir com a viagem em uma cadeira de rodas. Não pensei duas vezes, adquiri uma cadeira de rodas e tive férias inesquecíveis por 20 dias na Europa, um turismo completamente diferente, vivenciando na pele todas as dificuldades de ser uma cadeirante. 




Se antes não podia carregar meu filho e dar comida, agora precisava de ajuda até para ir ao banheiro, sentar ou levantar de uma cadeira. Nem preciso dizer a quantidade de reflexões que isso me trouxe e o enorme aprendizado que vivenciei. Descobri na raça a delegar e deixar de querer ser tão controladora de tudo. Durante um mês eu fui conduzida, meu tempo passou a ser o tempo dos outros, exercitei minha paciência e especialmente a minha gratidão. Gratidão por ser uma condição temporária, por ter tantas pessoas queridas tomando conta de mim, de ter quem cuidasse de meu filho para poder me cuidar, de ter uma gestação saudável e conseguir driblar minhas limitações. 

Passados vinte dias, retornei ao Brasil. Já estava um pouco melhor e ensaiava passos. Pedi penico e não voltei mais pro Mato Grosso. Decidi ficar em Salvador, na casa dos meus pais, minha cidade natal, onde tinha mais suporte. Foi difícil ter que ficar longe de meu marido e não pude nem voltar pra casa para buscar minhas coisas...

Mas, o mais importante é que neste retorno para Salvador uma sequência de anjos começaram a surgir em minha vida. O primeiro foi a mãe de uma amiga de infância, médica especialista em dor e acupunturista. Após algumas sessões fui aos poucos melhorando e me livrando da cadeira de rodas... Os próximos anjos foram os terapeutas que me ajudaram a voltar a andar: terapeuta de Rolfing, fisioterapeuta e professora de pilates. E talvez o mais importante foi o anjo que me apareceu para me ajudar a cuidar de meu filho, permitindo que eu tivesse tempo para cuidar de mim.

A segunda metade de minha gestação foi assim: fazendo algo que não tinha feito desde que tinha me tornado mãe: cuidando de mim. Criei espaço para mim mesma em minha agenda, tinha atividades diárias: Rolfing, Pilates, Fisioterapia, Acupuntura e incontáveis compressas de gelo e quentes... Descobri que meu filho podia ser muito bem cuidado em minha ausência e que era mãe, mas ainda era Camila e precisava me cuidar e estar bem para a chegada de minha filha.


Voltei a andar (mancando até o fim da gestação) e cresci muito como mãe, mulher e ser humano neste período. Foi uma lição para a vida e nem tinha começado, depois da gestação viriam novas batalhas e aprendizados!


sexta-feira, 13 de abril de 2018

Apareceu a Margarida, olê olê ô lá!



Queridos Leitores,

Que surpresa entrar aqui no blog, depois de tanto tempo ausente, e descobrir que meu blog continua sendo bastante visualizado!! Mês passado foram mais de 8 mil acessos!!! O melhor foi que resolvi entrar, justamente para escrever... 

Uma amiga está começando um trabalho sobre humanização do parto e pediu o meu relato. Lembrei que estou devendo o relato do meu segundo parto até hoje. Isso mesmo, tive mais um filho, um dos motivos (não o principal) que acabei deixando o blog para segundo plano... 

Enfim, esse post é só um "Olá" a vocês, leitores queridos, que continuam visitando minha página, lendo e compartilhando meus textos. Dediquei anos de minha vida à produção de conteúdos aqui e é muito gratificante ver que meus textos continuam sendo lidos.

Desejo um final de semana maravilhoso para vocês! Na sequência, meu segundo relato de parto...

Beijos!!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Refletindo sobre as ambições de mudar o mundo

Bom dia, quem é vivo sempre aparece!

Hoje comecei o dia recebendo uma simples mensagem em um grupo de WA que acabou gerando uma reflexão...

Tudo começou com essa imagem:




Não faço ideia de quem é o autor desta frase, mas achei o conteúdo uma tremenda baboseira. 

Seu trabalho não tem que transformar nada, apenas lhe realizar, pois o que importa é trabalhar feliz e com satisfação. Todo trabalho tem seu valor, o que muda é a identificação de cada um com seu trabalho que é o que faz que as pessoas tenham empolgação no que fazem, consequentemente fazendo bem feito! Graças a Deus existem gostos diferentes, assim as necessidades mais diversas são atendidas!

Essa preocupação em transformar o mundo está fazendo do mundo um caos. Todos querendo transformar o mundo e com interesses diferentes. Isso só gera guerra e conflito.

Melhor focar em transformação pessoal e da própria vida. Já da um trabalhão...! Se cada um fizer isso, seguindo as leis básicas de respeito ao próximo e os 10 mandamentos da Bíblia o mundo se transformará naturalmente...! Sem arrogância, pretensões de alterar o rumo da vida alheia, quiçá do mundo!

A simples discordância de um texto em uma imagem, obviamente gerou ofensas e venho aqui, publicamente me desculpar. Não tive a intensão de ofender ninguém. Apenas trazer uma reflexão sobre o sentido do trabalho. 

Me questionaram sobre pessoas diferentes terem opiniões diferentes e esse é exatamente o "x" da questão: um movimento crescente de pessoas com pensamentos diferentes, querendo provar pro mundo que estão certas (na tentativa de mudar o mundo). Não existe certo ou errado, somente abordagens distintas para as mesmas questões! 

Quanto ao trabalho, sigo com o pensamento que deve nos realizar e ser ferramenta para mudar nossas próprias vidas. As transformações ocorrem no mundo como consequência, sem que precisemos nos esforçar para isso.

O mundo é antigo demais para mudarmos qualquer coisa. Quando o homem pensa que mudou algo vem uma catástrofe da natureza para mostrar o quanto ela é soberana e o quanto o ser humano é infinitesimal nesse universo gigantesco que permeamos.

Vida que segue, com fé, amor no coração e respeito ao próximo. 

Mais uma vez, perdão se causei qualquer ofensa. Não foi mesmo a minha intenção!!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Refletindo sobre o DETOX

Resultado de imagem para detox
Coloquei a palavra DETOX no Google Imagens e o que encontrei? Só imagens de frutas, sucos e verduras... Vamos rever este conceito?

Acabei de receber um desses vídeos que fala em como se ter uma boa saúde, visão holística, alimentação saudável, rotina saudável, meditação, etc... E, depois de um longo jejum, me deu vontade de escrever... O tema de hoje é DETOX ou DESINTOXICAÇÃO, palavra que está em alta nos últimos tempos, mas que muita gente não apreende na totalidade.

Vamos lá. Detox é por essência colocar PARA FORA! O que mais tenho visto são pessoas buscando DETOX colocando para dentro... Tudo bem, entendo que a ideia por trás de um “suco detox”, por exemplo, é de promover uma limpeza no corpo, colocando algo para fora através de nutrientes antioxidantes e que estimulam o metabolismo, como o gengibre, por exemplo.

Tenho percebido que a ideia do detox na mente das pessoas, em geral, para por aí... De que adianta, uma mulher, por exemplo, tomar suco detox e inibir uma das maiores fontes desintoxicantes do corpo que é a menstruação? Sim, cada vez mais as mulheres têm deixado de menstruar, tomando hormônios que inibem a menstruação. Além de estarem promovendo um acúmulo hormonal estão inibindo uma das formas femininas mais fisiológicas de detox.

Outra tendência feminina moderna é a prática da musculação visando o ganho muscular exagerado. Atrelado a esta atividade está a ingesta de suplementos dos mais diversos e tome-lhe acúmulo, sobrecarga do organismo... Mais uma vez perde-se a oportunidade de desintoxicar através da atividade física, focando em uma atividade acumulativa. Onde está a explosão, o suor, a livre expressão corporal, a leveza desta atividade física? Que tal fazer um detox com aulas de artes marciais, danças e esportes que fazem suar, socializar, que trazem emoções como novos escores ou um simples gol?

Sobre a meditação, também cada vez mais indicada para uma boa saúde... Linda a teoria de "esvaziar a mente" de "mindfulness", entretanto, você concorda que para praticar uma atividade baseada na pausa mental é preciso dar uma esvaziada antes? Desintoxicar? Botar para fora?


Poderia me alongar com outros exemplos, mas como sei que textos longos geram preguiça nos leitores, que tem vidas cada vez mais corridas, vou encerrar deixando uma reflexão. Como você tem se desintoxicado? Vai ao banheiro todos os dias? Menstrua regularmente? Faz uma atividade transpirante? Canta? Dança? Grita? Chora? Como é a sua expiração? Fala-se tanto em respirar... Observe seu corpo. Desregulações nas vias desintoxicantes fisiológicas do organismo são o alerta mais simples: fezes, urina, menstruação. Atenção: nem tudo que se acumula aparece de forma tão corriqueira. Excessos podem se somatizar no organismo e se expressar através das doenças mais variadas: físicas e psíquicas. Afinal de contas, como já falei aqui, a comida é apenas um dos nossos cinco alimentos e todos eles podem gerar acúmulo físico. Faça um balanço de sua vida, avalie o equilíbrio entre o colocar para dentro e colocar para fora. Se perceber que tem uma tendência acumulativa no corpo, (isso vai do excesso de peso ao acúmulo de emoções) veja a melhor abordagem e busque um detox holístico (palavra vem do “whole” em inglês, ou seja: inteiro, logo, algo holístico nada mais é do que uma abordagem abrangente, integrativa). Boa sorte!