segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Porque não seguir uma dieta crudívora

Adorei esse texto. Reforça o que sempre falo sobre o homem ter evoluído como espécie pelo fato de  ter desenvolvido uma maneira de transformar alquimicamente (transmutar) seu alimento através das diversas formas de processamento, incluindo o cozimento e a adição de sal. 

Frequentemente me perguntam o que acho da dieta crudívora e sempre lembro que a maior diferença entre o ser humano e todas as outras espécies animais é que ele é o único que cozinha o seu alimento. Além disso, quem come muita comida crua, em especial frutas, tende a ficar com a cabeça nas nuvens: voando como passarinhos... O fogo, por sua vez, tem o poder de centrar as pessoas, trazê-las para a realidade. Então, se você tem se achado muito disperso, preste atenção à quantidade de crus em sua alimentação em relação às parcelas cozidas. Atenção: existem inúmeros outros fatores que geram desatenção nas pessoas, este é apenas um, bastante comum!

Imagem retirada do Google Imagens

"Cérebro humano cresceu graças ao ato de cozinhar
Cientistas brasileiras ligam mudança na dieta ao desenvolvimento cerebral
27 de outubro de 2012 | O Estado de S.Paulo

Seguir uma dieta de alimentos crus não é bom para estimular o cérebro. Isso porque os humanos teriam de passar mais de 9 horas por dia comendo-os para conseguir energia suficiente para nossos cérebros de tamanho avantajado.

É o que observou um estudo de duas cientistas brasileiras publicado no site da Proceedings of the National Academy of Sciences. Foram calculados os custos energéticos de desenvolver um cérebro ou um corpo maior em primatas e concluiu-se que o consumo de alimentos cozidos possibilitou aos humanos a energia para formar o triplo de neurônios em comparação aos grandes macacos.

"Se você só comesse comida crua, não haveria horas suficientes no dia para conseguir as calorias necessárias para construir um cérebro tão grande", diz Suzana Herculano-Houzel, neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coautora do estudo.

Enquanto os humanos têm cerca de 86 bilhões de neurônios, os gorilas possuem 33 bilhões e os chimpanzés, 28 bilhões. Esses neurônios a mais nos dão benefícios, mas cobram seu preço: enquanto o cérebro humano consome 20% da energia do corpo em repouso, os dos outros primatas consomem apenas 9%.

A hipótese de que o consumo de alimentos cozidos turbinou o cérebro dos ancestrais do homem surgiu no final dos anos 1990, quando o primatólogo Richard Wrangham, da Universidade Harvard, relacionou a rápida expansão do cérebro dos Homo erectus, entre 1,6 milhão e 1,8 milhão de anos atrás, ao costume de aquecer alimentos com uma fogueira, pré-digerindo-os e facilitando a absorção de calorias.

Em novo teste dessa hipótese, Suzana e sua aluna Karina Fonseca-Azevedo, hoje no Instituto Nacional de Neurociência Translacional em São Paulo, decidiram observar se uma dieta de comida crua limitaria o crescimento máximo do cérebro ou do corpo de um primata. Contaram os neurônios em dezenas de espécies e descobriram que o tamanho do cérebro é diretamente ligado ao número de neurônios, que por sua vez é ligado à quantidade de calorias necessárias para alimentar esse cérebro.

As pesquisadoras então calcularam quantas horas por dia seriam necessárias para obter calorias suficientes de alimentos crus para abastecer o cérebro, de acordo com a massa corporal de cada espécie. Descobriram que o Homo sapiens precisaria comer por 9,3 horas; os gorilas, por 8,8; os orangotangos, por 7,8; e os chimpanzés, por 7,3 horas.

Conforme Suzana, na vida selvagem os outros primatas não têm como desenvolver cérebros maiores, a não ser que reduzissem o tamanho de seus corpos. Isso porque eles não podem ultrapassar o limite de calorias que conseguem consumir em 7 ou 8 horas de alimentação por dia. Já os humanos modernos têm a opção de processar alimentos crus com ajuda de liquidificadores e adição de outros nutrientes e proteínas. E também sabem cozinhar.

"Temos mais neurônios que qualquer outro animal vivo porque o cozimento permitiu essa mudança qualitativa, esse aumento no tamanho cerebral", diz ela. "Ao cozinhar, conseguimos ultrapassar o limite de quanto conseguiríamos comer em um dia."

Para Wrangham, o estudo brasileiro mostra que "um macaco não poderia ter um cérebro tão grande quanto o dos humanos enquanto seguir a dieta típica de um macaco". / AP "


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3 comentários:

  1. Essa música é linda!

    Gostei do artigo também.

    Muito Obrigada pela visita ao TampopoGourmet.

    Vamos trocando ideias!

    Abraços

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    1. Oi Maíra!! Grata pela colaboração com o Beijo no Padeiro!!! Acabei de publicar sua receita de arroz socado!!! SUCESSO!!! =)

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  2. Leia o best seller "lugar de médico é na cozinha" (do médico Alberto Peribanez Gonzalez, www.doutoralberto.com), . Cozinhando os alimentos você acaba com os nutrientes e bactérias benéficas. Você eleva o alimento a 100º C , depois tem que esfriar pra comer a 40º C um alimento morto. Após morto, o alimento se torna vulnerável às bactérias e fungos nocivos. Louis Pasteur (o pai da pasteurização, o aquecimento para purificar os alimentos), em seu leito de morte admitiu que estava errado e que são benéficas as bactérias e micro-organismos naturais dos alimentos. Hoje em dia não há escassez de alimentos. Não , o cérebro não vai diminuir. Provavelmente a barriga sim. Achei bem engraçado a parte que você disse "quem come muita comida crua, em especial frutas, tende a ficar com a cabeça nas nuvens: voando como passarinhos... O fogo, por sua vez, tem o poder de centrar as pessoas, trazê-las para a realidade." fala sério

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